Centro Espírita - Condições de Equilibro e Harmonia

Homogeneidade de Pensamento e Sentimentos


"Todo aquele que entra numa reunião traz consigo espíritos que

lhe são simpáticos. Conforme o número e a natureza deles,

podem esses acólitos exercer sobre a assembleia e sobre

as comunicações influência boa ou má." 

(Allan Kardec: O Livro dos Médiuns, Capítulo XXIX, item 330)


 É natural pensar que cada um de nós tem a sua particularidade em termos de visão de mundo, sentimentos e gostos. Muitas vezes alimentamos interesses diversos daqueles que nos são fomentados pelos ensinos doutrinários. Esses mesmos interesses acionam as engrenagens dos nossos sentimentos e pensamentos determinando seleção impactante sobre as nossas companhias encarnadas e desencarnadas. O processo guarda sutilezas imperceptíveis moldando diuturnamente o curso de nossas ações. Daí decorre a resposta dada pelos Espírito superiores a Kardec quando este indaga da influência dos espíritos sobre os nossos pensamentos e atos. A vinculação mental atua em regime de reciprocidade a tal ponto de não distinguirmos se o pensamento é nosso ou foi sugerido. 

 Em face dessas considerações não será difícil concluir que o sucesso ou insucesso  de qualquer grupo, incluindo a Casa Espírita ou qualquer agremiação religiosa ou não, resulta dessa sutil vinculação entre os dois planos da vida. Para que seja obtida a homogeneidade, tão desejada para o sucesso do empreendimento espiritual, faz-se imprescindível abdiquemos dos nossos pontos de vista e do sentimento de ânsia pelo mando que ainda palpita em nós, resultado das experiências infelizes de outrora. O velho orgulho, sempre com roupagem nova, se insinua nas mais corriqueiras situações, causando entraves quase insuperáveis à obra do bem geral, sendo muito bem explorado pelas nossas companhias invisíveis.

 Relativo à prática mediúnica há alguns aspectos a considerar:

 1 - Nem todos os participantes de uma reunião mediúnica compreendem suas finalidades e condições de funcionamento. Muitos confundem função com cargo. Condição essa que abre brechas para desarmonia dos grupos permitindo a insinuação das entidades perturbadoras que promovem a dissensão. Jamais será demasiado promover encontros dos trabalhadores com a finalidade de esclarecer e reajustar nossa visão distorcida da realidade.

 2 - Influências espirituais e processos obsessivos podem ocorrer entre os participantes da reunião, o que pode implicar no afastamento temporário ou definitivo do trabalhador das atividades mediúnicas, conforme orienta Allan Kardec no item 329 de O Livro dos Médiuns. As reuniões de avaliação periódicas objetivas e sinceras são preventivos eficazes, na maioria das vezes, deste flagelo que atinge a prática mediúnica.

 3 - Os participantes do grupo mediúnico devem estar integrados a outras atividades da Instituição Espírita onde atuam, o que nem sempre acontece, favorecendo a influenciação espiritual negativa. Durante as preleções públicas são desfeitos os elos mentais auxiliando no nosso processo de autodesobsessão. Conforme Kardec o médium fascinado evita contato com todos aqueles que podem lhe esclarecer ou desmascarar.

4 - O personalismo é uma praga recorrente em todos os agrupamentos humanos, mesmo quando ocorre veladamente e sob os auspícios de nobres propósitos. A inquietação febricitante lhe caracteriza a presença de tal modo que a pessoa sob seu domínio raramente consegue assistir uma palestra pública inteiramente. É de longe a porta mais acessível para a fascinação obsessiva.

 Para segurança das reuniões doutrinarias e sobretudo mediúnicas Kardec apresenta-nos para esse fim as condições indispensáveis:

 


     "(...) Uma reunião não pode ser estável, nem séria, se não houver simpatia entre pessoas que têm ideias divergentes e que fazem uma oposição surda, quando não aberta." (Revista Espírita, 1861, p. 392, nº 8). 

   "Entre os verdadeiros espíritas reina um sentimento de confiança e de benevolência recíproca, sentem-se à vontade nesse meio simpático, ao passo que há constrangimento e ansiedade num ambiente misto." (Revista Espírita, 1861, p. 394, nº 10).


  Com relação aos provocadores de perturbação e aos maus espíritas que imiscuem-se nas sociedades espíritas para causar transtorno Allan Kardec faz as seguintes recomendações:




   O Espírito Alexandre corroborando o pensamento do Codificador nos aponta medidas práticas e direção segura a seguir:

 "Desligai-vos do excessivo verbalismo sem obras! Não vos falo aqui tão-somente das obras do bem, exteriorizadas no plano físico, mas, muito particularmente, das construções silenciosas da renúncia, do trabalho de cada dia no entendimento de Jesus-Cristo, da paciência, da esperança, do perdão, que se efetuam portas adentro da alma, no grande país de nossas experiências interiores!"

 (...)

 "Colocai as expressões fenomênicas de vossos trabalhos em segundo plano, lembrando sempre de que o Espírito é tudo!"

 (FCX/André Luiz: Missionários da Luz, no Capítulo 8, Mediunidade e Fenômeno).

(Os destaques no texto são nossos)



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