Evangelho Redivivo Livro II - Tema 4 - O Nascimento de Jesus + Um Ensaio Interpretativo + Relato Comovente (The Birth of Christ + An Interpretative Essay + An Illustrative Case)







Resumo Esquemático


4.1 – Nascimento de Jesus. Visita dos Magos e dos Pastores (Mt 2:1-12)

4.1.1 – Belém (Casa do Pão); Efrata, Belém de Judá, Belém Efrata. Destruída na século II d.C. Atualmente centro de peregrinação. Basílica da Natividade (Século VI)

4.1.2 – Herodes – 37 a 4 a.C. – Inicio da era cristã. Seu reino abrangia a Judeia, Idumeia, a Samaria, a Galileia a Pereia e outras regiões. Personalidade violenta, paranoica e regada a ódio. Matou esposa e filhos para manter-se no trono. De origem Idumeu não aceito pelos judeus.

4.1.3 – A visita dos magos do oriente – Astrólogos ou sábios. Origem desconhecida; possivelmente Persa ou Babilônia ou região próxima. Serviam nas corte; Predição de nascimento de futuros governantes.

4.1.4 – A estrela que guia os magos: diferentes interpretações:
a) seria uma personalidade;
b) seriam um mito;
c) fenômeno divino exclusiva dos magos;
d) um astro preparado por Deus;
e) um cometa;
f) conjunção planetária (Kepler; Werner Keller); 
g) Allan Kardec e os fenômenos luminosos.

4.1.5 – Os presentes dos Astrólogos Persas a Jesus: 
🌟  ouro: luz e sabedoria
🙏  incenso: devoção pessoal a Deus e aos homens
🌿  mirra: sacrifício e renuncia ao próprio eu.

4.2 – Interpretação Espírita do Nascimento de Jesus – Emmanuel: plano Divino voltado para a vivência do amor.

4.2.1 – A lição da humildade; O símbolo da manjedoura; chave de todas as virtudes.

4.2.2 – As bases da verdade e do amor; diversidades de cultos, mensagem para todos os corações doridos.

4.2.3 – A prática da caridade, da fraternidade e da simplicidade: (Jesus teve por templo a natureza e usava as imagens extraídas das situações diárias da vivência popular, usava de palavras simples e acessíveis a todos.)

4.2.4 – Atualização da Lei, dos profetas e das filosofias: cumprimento da Lei.

4.2.5 – A palavra divina – a vida futura e a regeneração da humanidade.

4.2.6 – O exemplo do Cristo – ensinos e exemplificação.

4.2.7 – Revolução cristã – reforma moral (caminho único); servir sempre; exercício diário de abdicação de si mesmo.

 



Uma Ensaio Interpretativo



Os Evangelhos estão repletos de símbolos, mesmo em um trecho de aspecto eminentemente histórico como esta narrativa de Mateus dos fatos circunstanciais do nascimento predito de Jesus. Encerram em si aspectos morais relevantes para o aprendiz do evangelho.
Sendo assim destacam-se os seguintes elementos:

a. Belém da Judeia
- Local do nascimento de Jesus. É da natureza humana a necessidade de referenciais que norteiam sua existência, tanto do ponto de vista físico e local, quanto do ponto de vista comportamental. Quando conhecemos alguém novo que nos atrai o interesse, logo perguntamos: Onde você nasceu? De onde você vem? De onde são seus pais? Qual sua profissão? O mesmo se dá com a referencia comportamental que varia ao longo da vida. As nossas referencias iniciais são os nossos pais. Depois, quando maiores os nossos professores. Chegando à adolescência são os nossos amigos e quando adultos selecionamos certas personalidades que nos seduzem, de modo mais ou menos acentuada, pelas suas atitudes e ideias.
- Posição humilde. Certamente é o aspecto mais evidente, inclusive pela citação profética do texto. O Senhor escolheu surgir entre os homens na condição de maior simplicidade, mesmo sendo Ele o governante espiritual da Terra, tendo lhe presidido a formação e estabelecido as leis geofisicoquímicas.
- As aquisições interiores. Tudo que é de caráter eminentemente espiritual, embora não venha acompanhada de espetáculos retumbantes, é o objetivo primordial do retorno do Espirito repetidas vezes ao mundo material, para alcançar o seu destino que é a perfeição moral, o desenvolvimento das potencialidades que estão dormentes dentro do ser.

 - Atitude: Buscar sinceramente um exemplo digno na historia pregressa ou atual. Meditar sobre as circunstancias de sua vida bem como suas ideias e decisões. Identificar os sentimentos inspirados por essa personalidade que motivou sua escolha. Averiguar se há alguma experiencia em sua vida semelhante a vivida por essa personalidade.


b. A estrela guia
- É a representação da Providencia Divina, que atende as criaturas em todas as épocas da humanidade.
- Seus mecanismos permanecem obscuros para nós, sendo ainda motivo de muitas especulações.
-"Estrelas" desceram e descem ao mundo vezes sem conta, trazendo revelações e muitas vezes sacrificando a própria existência para fazer avançar a humanidade. Jesus é sua expressão máxima e definitiva, estrela de primeira grandeza.
- É a Lei Divina que se cumpre em toda parte, sem exceção, regulando os fenômenos morais e físicos. Apesar se sua apresentação extraordinária para despertar atenção das almas ainda em estado de sono, milhares de fenômenos maravilhosos ocorrem sob as nossas vistas diariamente sem que nos demos conta.

 - Atitude: observar melhor e com mais acurácia a multiplicidade de fenômenos corriqueiros que representam a presença de Deus em nossas vidas. Desenvolver o sentimento de gratidão, agradecendo diariamente a Deus o valor da existência. Realizar atos de dignidade e abnegação começando nas pequenas coisas. Quando possível ceder algo em favor de alguém, principalmente se de nosso círculo pessoal sem aditar-lhe qualquer ônus, emocional ou de gratidão. Exercitar a generosidade indistintamente. 


c. Os magos
- Testemunhas passageiras, os magos registraram os sinais indicativos do nascimento do Messias. Seguiram interrogando pelo caminho até encontrarem o local de seu destino. No entanto não permaneceram, voltando logo em seguida a seus locais de origem. Essa analogia nos remete a classificação de Allan Kardec dos tipos de espíritas, que podemos enquadrar facilmente na dos espíritas imperfeitos e dos médiuns invigilantes.
- Representam também o imediatismo dos sentimentos e das aspirações humanas que se sobrepõem às revelações divinas. Rogam a Deus as providências do Céu. Constatam a resposta celestial. Voltam após ao estado de antes, a solicitar novas providencias.

 - Atitude: procurar diariamente os pontos íntimos de resistência a melhoria própria: Por que não consigo mudar? O que ainda me causa apego dentre as coisas materiais? Por que não consigo me dedicar plenamente aos meus interesses espirituais? Por que minha vontade ainda é tão vacilante?


d. Herodes
- É a imagem do poder temporal, dos governos do mundo afastados de toda expressão religiosa fraterna legítima. Quando unidos à crença estendem seu manto ditatorial de controle das massas, muitas vezes usando de violência. Promovem a dissensão e os massacres fraticidas.
- Expressão da crueldade e da indiferença que flagela a sociedade humana criando privilégios sem limites para si enquanto o restante da sociedade padece aflições sem fim. Representa o estado primitivo pelo predomínio da matéria sobre o espírito, o ávido interesse pela posse material com evidente culto do exterior. É a inteligencia sem as conquistas do amor e da compaixão.

- Atitude: Por que ainda reajo com violência às provocações alheias? Por que ainda o medo domina minha conduta? 


e. Jerusalém
- Reúne o conjunto das sociedades humanas que se agitam ante as mudanças necessárias que se impõem pelas leis do progresso. Lutam por permanecerem anestesiadas sob os narcóticos do prazeres momentâneos.
- São as religiões vazias, dogmáticas, repletas de exterioridades que não tocam o coração, mantendo seus profitentes frios e distantes de qualquer transformação moral significativa para melhor. Embalam as almas que dormem sem atentarem para os mais elevados e sublimes propósitos da vida.
- No dizer de Léon Denis:
"Pergunta-se algumas vezes se a religião é necessária. A religião (do latim religare, ligar, unir), bem compreendida, deveria ser um laço que prendesse os homens entre si, unindo-os por um mesmo pensamento ao princípio superior das coisas. Há na alma um sentimento natural que a arrasta para um ideal de perfeição em que se identificam o Bem e a Justiça. Este sentimento, o mais nobre que poderemos experimentar, se fosse esclarecido pela Ciência, fortificado pela razão, apoiado na liberdade de consciência, viria a ser o móvel de grandes e generosas ações; mas, manchado, falseado, materializado, tornou-se, muitas vezes, pelas inquietações da teocracia, um instrumento de dominação egoística.
A religião é necessária e indestrutível porque se baseia na própria natureza do ser humano, do qual ela resume e exprime as aspirações elevadas. (...)" (Depois da Morte, Cap. I, Crenças e Negações)

 - Atitude: Tenho realmente procurado ser um espirita-cristão em toda a extensão deste termo? Sou de fato um homem de bem, um bom espírita?


f. Advertência em sonho
- Desde o surgimento do homem na Terra houve médiuns e fenômenos mediúnicos. A relação do mundo espiritual com o mundo material sempre se fez presente, principalmente nos momentos marcantes que deram lugar às revelações divinas. Jamais faltou aos homens orientação espiritual condizentes com seu estagio evolutivo.

- Atitude: Tenho sido vigilante quanto ao correto uso das faculdades que a Bondade Divina me concedeu por misericórdia? Tenho levado a cabo o meu processo de auto-desobsessão? Será que tenho sido joguete e motivo de perturbação nas mãos de entidades desequilibradas?

 



UM RELATO COMOVENTE


"Desejando preparar-me convenientemente, a fim de servir, passei a visitar, sozinho ou acompanhado de outros colegas, as mais diversas associações de Espíritos endurecidos e sofredores.

(...)

Era preciso buscar humildade no autoconhecimento, através das acusações merecidas ou imerecidas? Não me faltaria coragem para fazê-lo. Sempre que os intervalos naturais dos estudos e tarefas do instituto iluminativo me favoreciam, dirigia-me incontinenti para as zonas de Espíritos transviados, exercitando a minha capacidade de suportação.

Da boca de inúmeros infelizes e ignorantes, ouvi longas recordações de meus atos. Criticavam-me acerbamente, discutiam-me propósitos e intenções. Antigas faltas de épocas recuadas, que eu supunha esquecidas, eram trazidas à tona dos remoques verbais. Erros da mocidade, omissões da idade madura, gestos eventuais de aspereza, pequenas promessas não cumpridas, problemas de sentimento não liquidados, tudo, enfim, era revolvido pelos inimigos do bem, dos quais me aproximei nas melhores disposições de entendimento fraterno.

Consoante as lições novas, armazenava semelhante material, com o cuidado do homem prevenido que guarda lanternas adequadas para as horas escuras. Em muitas ocasiões, afastei-me do campo de luta,  em lágrimas,  considerando  as alegações que me eram atiradas em rosto. Mas... que fazer? Esse, sem dúvida, era o melhor caminho para identificar os próprios defeitos e extirpá-los.

Há companheiros que se não resignam a esse gênero de esforço; no entanto, para ganhar tempo observei, desde o primeiro instante, que nesse processo de esclarecimento é possível abreviar a própria renovação para o bem e limitar grandes lutas."

(Francisco Cândido Xavier/Irmão Jacob - Voltei, Capítulo 19, FEB, 19ª ed,  pág 180 a 182. - destaques nossos.)





NOTAS BIOGRÁFICAS











Extras

Correlacione as reportagens abaixo com a passagem de Mateus 2:1-12













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