Evangelho Redivivo Livro II - Tema 5: A fuga para o Egito + A matança dos inocentes + O choro inconsolável de Raquel (Rachel's Inconsolable Crying)



Resumo Esquemático

(ER2 págs. 53 a 57)

5.1 – A fuga para o Egito (prudência, obediência, temperança)
.1 - Aviso do anjo - Mediunidade onírica (porque não vidência, aparição ou audiência?)
.2 - A obediência de José
.3 - Início das lutas redentoras 
.4 - Egito e seu significado bíblico
.5 - Profecia de Oseias (11:1); ref. Êxodo (4:23)
.6 - Jesus: realidade e símbolo. Revelador. Expressão da vontade de Deus.


5.2 – O massacre dos inocentes (fatalidade, predestinação, simplicidade, ignorância, maldade)
.7 – Herodes (poder temporal – ego)
.8 – Desencarnação de Herodes por hidropisia, febre e úlceras (ver termo).
.9 – Casa de Israel: Herodes-Filipe; Herodes-Ântipa e Arquelau.
.10 – Espíritos falidos: soberba, endurecidos, ganância, pobreza espiritual, crueldade, ignorância, solidão, baixeza, vaidade, loucura.
.11 – Crianças mortas: expiação; Pastorino: o resgate dos assassinos dos profetas de Baal.
.12 – Profecia de Jeremias 31:15. Ramá (localidade);
.13 - Raquel (avó dos filhos de José do Egito; ref. A local do túmulo Belém (Gn 35:19s; A dor das mães);
.14 – Amélia Rodrigues: a história do homem atormentado (as paixões)
.15 – Aplicação dos ensinos de Jesus na vivência diária comum.




Aspectos Doutrinários Correlatos e Relevantes


120. Todos os Espíritos passam pela fieira do mal para chegar ao bem? 

“Pela fieira do mal, não; pela fieira da ignorância.”

- o - 

861. Ao escolher a sua existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser assassino?

“Não. Escolhendo uma vida de lutas, sabe que terá ensejo de matar um de seus semelhantes, mas não sabe se o fará, visto que ao crime precederá quase sempre, de sua parte, a deliberação de praticá-lo. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de fazê-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria que cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém, sabendo que ninguém há predestinado ao crime e que todo crime, como qualquer outro ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio.

- o -

"O papel de Jesus não foi o de um simples legislador moralista, tendo por exclusiva autoridade a sua palavra. Cabia-lhe dar cumprimento às profecias que lhe anunciaram o advento; a autoridade lhe vinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina. (...)" (Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. I, item 04, segundo parágrafo)

- o - 

"Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que Ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não creem na vida futura, imaginando que Ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.

Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. É que ele tem de ser o ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a Justiça de Deus." (Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. II, item 02)

- o -

"O amor resume a doutrina de Jesus inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. (...)" (Allan Kardec - O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 08)

- o -

 Jesus não é, como se imagina comumente, o criador de determinada escola, o fundador de certo credo ou seita. Ele é o revelador da Lei Eterna, o expoente máximo da Verdade, o que vale dizer, da vontade de Deus. (Vinicius - Na Seara do Mestre,  FEB, 10ª ed - 1ª reimpressão, Considerações sobre o Natal, pág. 21) 




Ensaio interpretativo

"...eis que o Anjo do Senhor se manifestou em sonhos..." 

A Espiritualidade Superior, zelando pelos destinos humanos, sempre se manifestou aos homens em todos os tempos da humanidade. Agentes da Vontade Divina interviram e intervem até os dias de hoje ora através da mediunidade ostensiva, ora através de recursos indiretos como no relatado acima, porém com resultados mais satisfatórios quando encontra campo íntimo propiciado pela fé e pela boa vontade. 

Muitos cristãos da atualidade se questionam por que os fenômenos relatados no Velho Testamento e no Novo Testamento não se dão mais de modo tão frequente? Tudo nos leva a crer que a fé da qual Jesus se referia em suas lições, menor que um grau de mostarda, se encontra escassa. O conhecimento científico dos últimos dois seculos aliado à tecnologia alojou o ceticismo na alma e no coração dos crentes. Entretanto nos lugares mais reclusos aonde ainda não se fez tão intensa a soberba da "ciência", aonde mantem-se a simplicidade de coração, esses fenômenos acontecem frequentemente, como testemunho da assistência do mundo espiritual Superior.


Que poderia ser feito para resgatar o espírito primitivo do cristianismo nascente?

Minha contribuição na seara religiosa em que fui colocado tem sido relevante para mim mesmo e para os outros?




"Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito. 
Ele levantou-se, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, 
e partiu para o Egito."

Destacam-se neste trecho três verbos estabelecendo um curso claro de ação com direcionamento a uma região específica, no que foi realizado sem titubeio. Esta cena nos fala de momentos decisivos que já enfrentamos ou enfrentaremos durante nossa existência. Seja devido a um familiar ou frente a nós mesmos, diante de um perigo eminente de morte ou intenso sofrimento. 

Quantos não recebem a sentença de uma doença fatal, sem possibilidade de cura, cujo término será irrevogavelmente a desencarnação? Sob este aspecto a mensagem é assertiva evidenciando a necessidade de uma ação com destino certo. O Egito ganha aqui um significado especial, o da jornada interior, onde o Espírito intensificará a percepção de sua relevância em face das Leis, o valor da oportunidade terrena e a confiança na Providencia ante seu destino incerto, de retorno a erraticidade. Neste momento tão delicado carecerá do calor dos corações que soube nutrir com seu amor. Caso contrário encontrará na solidão o lubrificante para as engrenagens dos próprios sentimentos.


Que sentimentos minha conduta tem despertado naqueles que convivem comigo?

Tenho me preparado convenientemente para o retorno à vida espiritual?

Consigo me desapegar dos bens e das pessoas que estimo?




"Ali ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que dissera 
o Senhor por meio do profeta: "Do Egito chamei o meu filho".

Herodes, conforme estudo anterior (tema 04), representa inequivocamente o poder temporal terreno. Mesmo sendo Jesus o governador espiritual da Terra não tomou qualquer medida de retaliação ou ensaiou qualquer resposta a ação que Herodes haveria de tomar. Refugiou-se sob a guarda de José para que todos as previsões anunciadas pelos médiuns que o precederam fossem devidamente cumpridas. Os profetas que anunciaram a vinda do Messias detalharam-lhe o programa previamente estabelecido, de modo que não houvesse qualquer dúvida quanto à presença do Salvador entre os homens.

Jesus conhecedor do coração humano e de suas fraquezas antevia o curso dos acontecimentos ao longo da história, sem no entanto, ferir o livre arbítrio dos homens, cumprindo integralmente a Lei Divina, sinalizando a chegada do Reino dos Céus.

Destaca-se também nesta passagem a nossa posição como espíritas-cristãos diante da governança material do mundo. Cada um de nós é livre para adotar determinada ideologia ou partido político de conformidade com os sentimentos que lhe anima. Entretanto não será menos lícito resguardar a mensagem cristã legítima, que recebemos pura das mãos do Senhor da Vinha, para que não se misture e se confunda com os anseios temporários da Terra. Jesus asseverou claramente não ser possível servir a dois senhores sem desagradar a um ou a outro. Obviamente recolheremos o resultado da nossa invigilância diante da tarefa que nos foi confiada (FCX/André Luiz - Os Mensageiros, Cap, VII, A Queda de Otávio).


Tenho sido fiel no cumprimento dos desígnios do Senhor em relação à tarefa que me foi confiada?




"Então Herodes, percebendo que fora enganado pelos magos, ficou enfurecido e
 mandou matar, em Belém e em todo seu território, todos os meninos de dois anos
 para baixo, conforme o tempo de que havia se certificado com os magos."

Nenhum Espírito em sua origem é criado para seguir preferencialmente o caminho do mal ou do bem. A escolha será sempre do Espírito por seu livre arbítrio, ao ceder as influências que recebe, para um ou outro caminho. Desta forma Herodes notadamente, conforme o relato evangélico, optou pelo caminho do mal, assumindo por este motivo toda a responsabilidade pelos seus atos e pelas  consequências decorrentes destes. Sem muita dificuldade poderíamos classificá-lo por suas ações como sendo Espirito da terceira ordem e décima classe - Espírito impuro.


Estou conseguindo de modo claro combater minhas más inclinações?

Já consigo cultivar de maneira continua alguma virtude? Qual?

Aceito com tranquilidade que os outros tenham opiniões e visões da vida diferentes da minha?

Tenho criticado menos aqueles que convivem comigo?





"Então cumpriu-se o que fora dito pelo profeta Jeremias: ''Ouviu-se uma voz em Rama,
 choro e grande lamentação: Raquel chora os seus filhos; e não quer consolação, 
porque eles já não existem".


A perda dos entes amados, conforme  esclarecem-nos os Espíritos Superiores, é de fato uma dor legítima, e tanto mais quando o ente amado trata-se de crianças em tenra idade. Se as crianças que foram sacrificadas eram ou não os assassinos dos profetas de Baal, pouco importa. Não há outra justificativa para tal fato que a crueldade existente no coração daqueles que assim procederam. Se tomaram para si o cumprimento da Lei, acatando ordens ou não, igualmente assumiram diante dela graves compromissos, devendo resgatá-los por sua vez no tempo devido. 

A Lei Divina não é vingativa, mas sobretudo educativa, havendo outros meios para que o Espírito resgate suas faltas sem que seja necessário tenha outros que sujar suas mãos de sangue para que a Lei se cumpra. Ninguém vem ao mundo para ser mau ou assassino conforme constata-se na questão 861 de "O Livros dos Espíritos".  

Caso Herodes não houvesse ordenado a matança, certamente aquelas crianças pereceriam por outros meios, ou a profecia cairia no vazio, tendo em vista que Deus não daria a ela cumprimento apenas por que foi proferida. Quantos já "profetizaram" o fim do mundo? Este permanece tal como está.

O choro inconsolável de Raquel se traduz na condição de rebeldia dos Espíritos decaídos e suas consequências em face da Lei. (FCX/Emmanuel, FEB, O Consolador, questões 246 e 247)

 Os Capelinos foram exilados justamente porque não se conformaram às leis de progresso sendo então trazidos para a Terra. Distribuíram-se na face do planeta, de conformidade com suas afinidades, em quatro grandes grupos migratórios e dentre estes os judeus. Devido ao seu orgulho racial padeceram inúmeras vezes escravizados por outros povos como nos esclarece Emmanuel em "A Caminho da Luz", até reunirem-se novamente como nação em 14 de maio de 1948, dia da declaração da independência de Israel.


Tenho me esforçado para atenuar as dores dos meus semelhantes seja por palavras, atos e pensamentos?

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