Evangelho Redivivo II - Tema 08: O batismo de Jesus

 




RESUMO ESQUEMÁTICO

Introdução

a. Batismo: Jesus se apresenta ao mundo; inicio efetivo de sua missão; formalismo e/ou ato simbólico.
b. Evangelhos: 
     - narrativas semelhantes: 
     - ideia geral: Jesus é o Messias.
     - Fenômeno mediúnico: materialização e pneumatofonia (não há clareza nas narrativas evangélicas)

8.1 - Batismo: significados

     - O batismo: simbologia; ritual; passagem; purificação.
     - Antiguidade do batismo: cultura oriental
     - Doutrina Espírita: cultivo dos valores espirituais; libertação do formalismo ritualístico
     - Evolução do pensamento religioso: libertação do culto exterior.
     - Purificação do espírito: reforma íntima.

8.2 - O Batismo de Jesus

     - Por que Jesus foi batizado?
     - Cumprimento das profecias: Mt 3:23-24; Jo 5:35
     - João conhecia a Jesus, porém desconhecia ser este o Messias.
     - João Batista cumpre sua missão.
     - O Cristo foi o iniciador da moral mais pura - Um Espírito israelita (ESE)




Aspectos Doutrinários e Relevantes

Fenômeno de materialização    

      "57. Voltemos à natureza do perispírito, pois que isto é essencial para a explicação que temos de dar. Dissemos que, embora fluídico, o perispírito não deixa de ser uma espécie de matéria, o que decorre do fato das aparições tangíveis, a que volveremos. Sob a influência de certos médiuns, tem-se visto aparecerem mãos com todas as propriedades de mãos vivas, que, como estas, denotam calor, podem ser
palpadas, oferecem a resistência de um corpo sólido, agarram os circunstantes e, de súbito, se dissipam, quais sombras. (...) Seus desaparecimentos repentinos provam, além disso, que essa matéria é eminentemente sutil e se comporta como certas substâncias que podem alternativamente passar do estado sólido ao estado fluídico e vice-versa.

Aparição e vidência

     "168. Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. (...) Estas aparições constituem fatos isolados, que apresentam sempre um caráter individual e pessoal, e não efeito de uma faculdade propriamente dita. A faculdade consiste na possibilidade, senão permanente, pelo menos muito freqüente de ver qualquer Espírito que se apresente, ainda que seja absolutamente estranho ao vidente. A posse desta faculdade é o que constitui, propriamente falando, o médium vidente.

(AK - O Livro dos Médiuns, Cap. XIV)

Dupla vista

     "É nas propriedades e nas irradiações do fluido perispirítico que se tem de procurar a causa da dupla vista, ou vista espiritual, a que também se pode chamar vista psíquica, da qual muitas pessoas são dotadas, freqüentemente a seu mau grado, assim como da vista sonambúlica. 

(AK - A Gênese, Capítulo XIV, item 22)
Batismo das ideias novas

     "A perseguição é o batismo de toda ideia nova, grande e justa e cresce com a magnitude e a importância da ideia. O furor e o desabrimento dos seus inimigos são proporcionais ao temor que ela lhes inspira. Tal a razão por que o Cristianismo foi perseguido outrora e por que o Espiritismo o é hoje, com a diferença, todavia, de que aquele o foi pelos pagãos, enquanto o segundo o é por cristãos (...)."

(AK - O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. XXVIII, item 51)

Providencia Divina

     "Três necessidades de Deus: ser infinito em si mesmo, ser finito para com o finito, e estar em relação com cada estado das existências no círculo dos mundos."
     Assim, conforme este ensino, ao mesmo tempo simples e racional, o Ser infinito e Absoluto, por si próprio, faz-se relativo e finito com as suas criaturas, desvendando-se sem cessar sob aspectos novos, na medida do adiantamento e elevação das almas. Deus está em relação com todos os seres. Penetra-os com o seu espírito, abraça-os com o seu amor, para uni-los em um laço comum, e assim auxiliá-los a realizar seus intentos nobres.
     Sua revelação, ou, antes, a educação que Ele dá às humanidades faz-se gradual e progressivamente pelo ministério dos grandes Espíritos. A intervenção providencial está registrada na História por aparições em tempos prescritos, no seio dessas humanidades, pelas manifestações de almas eleitas, encarregadas de introduzirem nelas as inovações, as descobertas que acelerarão os seus progressos, ou de ensinar os princípios de ordem moral necessários à regeneração das sociedades.

(Léon Denis - Depois da Morte, Parte Segunda, Os Grandes Problemas, Capítulo IX, pg. 125)

Justiça

875. Como se pode definir a justiça?

“A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais.”


"Efetivamente, o critério da verdadeira justiça está em querer cada um para os outros o que para si mesmo quereria e não em querer para si o que quereria para os outros, o que absolutamente não é a mesma coisa. (...) A sublimidade da religião cristã está em que ela tomou o direito pessoal por base do direito do próximo." 

(AK - O Livro dos Espíritos, questão 876-comentário)




Ensaio Interpretativo


E tu vens a min?

     Embora o diálogo entre João Batista e Jesus seja bem restrito àquele momento é possível retirar alguns entendimentos de ordem moral.
     A pergunta de João Batista nos evidencia, sem muita dificuldade, que o gesto do Cristo de submeter-se ao batismo, demonstra a humildade do Mestre ante as circunstancias culturais e dos costumes  sociais vividas pelo hebreus àquela época. Jesus submeteu-se até certo ponto sem transigir com o mal. Respeitou as autoridades e as leis constituídas, vivendo entre os homens como homem, até o momento de sua revelação como o Messias.
     Destaca-se também nesta fala, ante a perplexidade do Batista, a ação da Providencia Divina em relação ao clamor dos homens. Deus atende a todas as suas criaturas, da menor até a mais expressiva, através do cumprimento de suas leis, das quais são os Espíritos superiores e puros os seus guardiães e executores. Desse modo jamais deixou a Divindade de vir ao nosso encontro em todas as épocas da humanidade, renovando-nos o convite para que encetássemos o caminho reto da ascensão espiritual. Se tal não se deu certamente foi por escolha nossa.
     Assim como a Providencia vem até nós deve haver pelo menos o mínimo esforço de nossa parte, de irmos também ao seu encontro, cumprindo com todos os nossos deveres integralmente.

Tenho santificado meus pensamentos e atos diante de mim mesmo e de meus semelhantes?


Deixa estar por enquanto.

     Essas Palavra de Jesus podem parecer aos desatentos que o Senhor seria precursor das teorias de Adam Smith (1723 - 1790), do "Laissez-faire". 
     Certamente não se trata apenas de deixar as coisas correrem por si mesmas. Jesus nos dá o exemplo da prudência e da visão mais ampla da oportunidade, sem ser fatalista
     Certos acontecimentos se dão no seio das sociedades conforme a cultura e o momento histórico. A exemplo disso temos as inúmeras revelações, descobertas e invenções que mudaram inúmeras vezes os rumos da vida material e espiritual na Terra. Dentre tantas destacamos o advento da imprensa de Johannes Gutenberg no século XV, seguida, quase um século depois, do massacre dos protestantes ocorrido na noite de São Bartolomeu, em 23 e 24 de agosto de 1572, em Paris.
     Condutor excelso dos destinos humanos sabia o Mestre que a precipitação bem como o retardamento de certos eventos comprometeriam a sua Missão. 
     Nesse sentido Jesus atendeu minuciosamente as profecias, que nada mais eram do que parte do plano previamente traçado por Ele e os Espíritos superiores, de modo a atestar sem nenhuma dúvida que se manifestava para os homens o tão anunciado Reino dos Céus.

Tenho adiado ou recusado indefinidamente as oportunidades de melhoria íntima que a Vida tem me oferecido?


"...pois assim nos convém cumprir toda a justiça."

     A superioridade de Jesus não se destaca somente pelos fenômenos que produziu. Evidencia-se na grandeza de todos os seus ensinos morais. 
     Suas ações demonstravam inequivocamente seu cuidado, até a sublimidade da virtude, o cumprimento rigoroso das Leis Divinas em todos os seus aspectos.
     De outro modo não poderia ser pois é Ele o modelo e guia mais perfeito que a misericórdia de Deus nos ofertou.
     A justiça, na definição dada a Allan Kardec pelos Espíritos superiores, consiste em respeitar cada um os direitos dos demais.
     Poder-se-ia então perguntar, neste caso, a que direito Jesus se referia ser necessário respeitar e de modo integral?
     Sendo Jesus um  revelador das leis divinas seus ensinos eram aquela época até certo ponto muito avançadas, tanto que Ele mesmos anunciou o Consolador que mais tarde viria esclarecer todos os seus ensinos.
     Desse modo não convinha deslumbrar com excessiva luz o entendimento do povo simples. Atinha-se Ele aos singelos acontecimentos comuns cotidianos, de modo a gravar de modo indelével, no coração das massas os seus sublimes ensinos. Eis aí toda a justiça que se convinha cumprir.

Tenho respeitado os direitos daqueles que convivem comigo direta e indiretamente?


"E ele viu o Espirito de Deus"

     Sabemos pela Doutrina Espírita, embora não haja qualquer impossibilidade uma vez que Deus detêm todo o poder, e se quisesse assim o faria, que a Divindade não se comunica diretamente aos homens, não obstante as narrativas constantes no Velho Testamento afirmem isso peremptoriamente.
     Deus comunica-se com suas criaturas através de seus prepostos, os Espíritos Superiores e outros tantos Espíritos, que embora não sejam daquela categoria, atuam sob a inspiração e condução deles conforme as circunstâncias.
     Sendo assim o que João Batista vislumbrou por meio de sua faculdade mediúnica foi a comunidade dos Espíritos elevados que acompanhavam Jesus em sua missão terrena, nimbados de intensa luz, parecendo "rasgar" o céu. No entanto isso não invalida a expressão usada pelos evangelistas, conforme já foi explicado. Aqueles Espíritos atuavam e cumpriam as ordens emanadas do Criador.
     Note-se ainda que esta expressão "Espírito de Deus" iniciou-se seu uso na narrativa de Moisés, que também foi Elias, ao escrever a Gênese, conforme constata-se no primeiro capítulo, versículo dois.
     Reencarnado João Batista não compreendia em profundidade os mecanismos do fenômeno mediúnico tomando por manifestação direta da divindade a atuação dos Espíritos superiores..

Tenho me aplicado a estudar a Doutrina Espirita com a devida seriedade conforme recomendou Allan Kardec?


"... descendo como uma pomba"








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