Evangelho Redivivo 2 - Tema 15: O Sermão da Montanha "Felizes os Que têm Sede e Fome de Justiça" - "Felizes os que são Misericordiosos"

 



Resumo Esquemático


15. Citação dessas bem-aventuranças apenas em Mateus. Uma referencia em João 6:34 e 35.

15.1 - Felizes os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados

- Fome e sede: instintos; ilustração usada por Jesus. A alma também tem fome e sede.
- Termos hebraicos: tsedeq, tsedaqah e mishpat (julgamento); mishpat e tsedaqah: "Julgar e fazer justiça". Justiça: "retidão", diferente da atual "equidade legal".
- NT - Justiça aparece como dikaiosyne citado 90x; dikaios: reto, citado 30x como justo.
- Justiça Divina; voz da consciência; Amelia Rodrigues: vigilância dos sentimentos; orgulho, egoismo, ciume e inveja. Inimigo externo atinge a forma; o inimigo interno viola a constituição intrínseca do ser;
- Evolução histórica do conceito de justiça:
--1. Conceito etimológico ou literal de retidão - cumprimento dos deveres sociais, das leis.
--2. Era patriarcal (Abraão, Isaac e Jacó "Israel"); ideia abstrata ou espiritual: padrão de valores.
--3. Justiça como atributo divino.
--4. Sentido moral de Justiça.
--5. Justiça descritiva ligada ao governo; aplicada de modo particular à infração moral.
--6. Juízes (350 anos - de 1228 a 879 a.C.- 15 shoftim ao todo, com sobreposição, de Salomão às batalhas de Joshua): Descrição dos feitos divinos.
--7. Associada a preceitos de piedade, amor e graça de Deus.
--8. Vinculada ao perdão de Deus a ser praticada pelos homens fieis.
--9. Vinculada a bondade e ao perdão; Forma associada ao Cristo e sua obra.
- Eliseu Rigonatti - Falibilidade da justiça humana: superficial e não alcança a causa. Justiça Divina, lei de compensação. Justiça após a morte; O Juiz Incorruptível.

15.2 - Felizes os misericordiosos por que alcançarão misericórdia
- Origem em Salmos 18:25;
- Paulo em Colossenses 3;13 e Efésios 4;32 salvação pela misericórdia.
- Mt 8:23 a 35 -parábola do credor incompatível: obrigação de aplicar a misericórdia, severidade do julgamento Lucas 6:37 e Tg 5:9.
- Misericórdia - do latim mercês, mercedis: "pagamento", "recompensa".
- NT - três palavras:
--1) Hesed - sede física, de compaixão, que leva a sentir e exprimir compaixão.
--2) Rhm (jêeme - j espanhol) - raiz hebraica: atitude de Deus em relação à miséria e desgraça de seu povo.
--3) Chnn (kêm) - raiz hebraica: indica a exibição de favor e misericórdia
- Allan Kardec - misericórdia consiste no esquecimento e perdão das ofensas.
- Jesus - misericórdia = compaixão; aliviar o sofrimento. Não denota condescendência.
- Emmanuel: compaixão, fazer melhor que possas, dar misericórdia para recebe-la.
- Misericórdia como instrumento educativo; 
- Empatia e resiliência.  Indulgencia: acalma, ergue e atrai enquanto que o rigor desanima, afasta e irrita.



Aspectos Doutrinários e Relevantes


875. Como se pode definir a justiça?

“A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais.”

a) - Que é o que determina esses direitos?

“Duas coisas: a lei humana e a lei natural. Tendo os homens formulado leis apropriadas a seus costumes e caracteres, elas estabeleceram direitos mutáveis com o progresso das luzes. Vede se hoje as vossas leis, aliás imperfeitas, consagram os mesmos direitos que as da Idade Média. Entretanto, esses direitos antiquados, que agora se vos afiguram monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. Nem sempre, pois, é acorde com a justiça o direito que os homens prescrevem. Demais, este direito regula
apenas algumas relações sociais, quando é certo que, na vida particular, há uma imensidade de atos unicamente da alçada do tribunal da consciência.”

876. Posto de parte o direito que a lei humana consagra, qual a base da justiça, segundo a lei natural?

“Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitados os seus direitos. Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado.”

Efetivamente, o critério da verdadeira justiça está em querer cada um para os outros o que para si mesmo quereria e não em querer para si o que quereria para os outros, o que absolutamente não é a mesma coisa. Não sendo natural que haja quem deseje o mal para si, desde que cada um tome por modelo o seu desejo pessoal, é evidente que nunca ninguém desejará para o seu semelhante senão o bem. Em todos os tempos e sob o império de todas as crenças, sempre o homem se esforçou para que prevalecesse o seu direito pessoal. A sublimidade da religião cristã está em que ela tomou o direito pessoal por base do direito do próximo.

878. Podendo o homem enganar-se quanto à extensão do seu direito, que é o que lhe fará conhecer o limite desse direito?

“O limite do direito que, com relação a si mesmo, reconhecer ao seu semelhante, em idênticas circunstâncias e reciprocamente.”

879. Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza?

“O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.”

(Allan Kardec - O Livros dos Espíritos)

(...) O verdadeiro espírita jamais deixará de fazer o bem. Lenir corações aflitos; consolar, acalmar desesperos, operar reformas morais, essa a sua missão. E nisso também que encontrará satisfação real. O Espiritismo anda no ar; difunde-se pela força mesma das coisas, porque toma felizes os que o professam (...). 
(Allan Kardec - O livro dos Médiuns, item 30, 2º parágrafo)



"A Perfeita Justiça, porém, nunca se expressa sem a Perfeita Misericórdia e abre-nos a todos, sem exceção, o serviço do bem, que podemos abraçar na altura e na quantidade que desejarmos, como recurso infalível de resgate e reajuste, burilamento e ascensão.
(FCX/Emmanuel - Justiça Divina, Culpa e Reencarnação)

A Lei estabelece, porém, que as provas e as penas se reduzam, ou se extingam, sempre que o aprendiz do progresso ou o devedor da justiça se consagre às tarefas do bem, aceitando, espontaneamente, o favor de servir e o privilégio de trabalhar.
(FCX/Emmanuel - Justiça Divina, No Campo do Espírito)

Nestes apontamentos humildes, a ninguém censuramos, de vez que, com evidentes exceções, até ontem éramos todos nós igualmente assim. Hoje, porém, com a doutrina espírita no comando da fé, sabemos todos que a lei do progresso confere a cada Espírito a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, a fim de que a justiça estabeleça o merecimento de cada um, na pauta das próprias obras.

Conjuguemos, assim, conselho e ação, palavra e conduta, na mesma onda de serviço renovador, compreendendo, por fim, que o bem que nos falta nem sempre é o bem que ainda não desfrutamos, mas sim o bem dos outros que, em nosso próprio benefício, nos cabe fazer.
(FCX/Emmanuel - Justiça Divina, O Bem que nos Falta)

Deus é amor. Amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça também. Justiça que atribui a cada espírito segundo a própria escolha. Sendo amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas deseje a fim de retificar-se. Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram impor.
(FCX/Emmanuel - Justiça Divina, Nas Leis do Destino)






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Evangelho Redivivo 2 - Tema 14: O Sermão da Montanha "Felizes os Porque Serão Consolados"

Evangelho Redivivo II - Tema 09: As provações de Jesus no Deserto