Evangelho Redivivo 2 - Tema 13: O Sermão da Montanha Felizes os Pobres no Espírito e Felizes os Mansos

 


Nota explicativa: Na Bíblia de Jerusalém o quinto versículo está numerado como sendo o quarto o que foi mantido no texto da obra Evangelho Redivivo. Entretanto preferimos manter aqui conforme está nas demais traduções e tradições.





Resumo Esquemático

   Introdução
- Jesus  profere o discurso inicial em Cafarnaum.
- Os termos: "felizes", "bem aventurados"; Antigo Testamento (Sl 1:1, 33:12, 128:5-6; Pr 3:3; Eclo 34:8, etc.); Sentido literal e a mensagem espiritual; Dificuldade para a prática.
- Mt 5:  bem-aventuranças; recompensa divina e não humana; regras para alcançar a verdadeira felicidade.
- Fugir do racionalismo, intelectualismo e historicidade excessivos.
- Amelia Rodrigues: Jesus rompe a superficialidade; a realidade espiritual; poema da libertação espiritual.

13.1 - Interpretação da primeira bem-aventurança: felizes os pobres em espírito
- Pobre: significados diferentes entre Mateus (Sf 2:3) e Lucas; independe das posses materiais.
- Allan Kardec: humildade; simplicidade de coração; humildade de espírito.
- Humildade: submissão a Deus; orgulho é a revolta contra ele.

13.1.1. O Reino dos Céus,  Reino de Deus
- Expressões sinônimas.
- Mateus: Reino dos Céus; Marcos e Lucas: Reino de Deus. 
- Sua natureza Espiritual; Não pode ser imposto por violência.
- Caibar Schutel - os meios de alcançar:
-- Trabalho
-- Resignação nas adversidades
-- Mansidão nas lutas da vida
-- Misericórdia no meio da tirania
-- Higiene do coração
- Os judeus: reinado material e espiritual, livre da subjugação romana, supremacia racial.
- a vida monástica; manifestações exteriores; aparências exteriores.
- o Reino de Deus é conquista de si mesmo.

13.2 - Interpretação da segunda bem-aventurança: felizes os mansos porque herdarão a terra.
- Citada somente por Mateus (Salmos 37:11)
- Predomínio da violência nos pensamentos, palavras e atos.
- Desterro dos rebeldes para mundos inferiores.
- Allan Kardec; análise no ESE.

13.2.1 - Felizes e bem-aventurado os mansos
- brandura, moderação, mansuetude, afabilidade e doçura - lei.
- Condenação da violência, da cólera e de expressões descortês.
- A intensão agrava ou atenua a falta; sentimentos contrários à lei de amor e de caridade.

13.2.2 - Os mansos herdarão a Terra. 
- Necessidade dos bens da terra. 
- Desapego aos bens terrenos.
- Afastamento dos maus.

13.3 - Conclusão
- Três tipos de aprendizagem para a paz e a concórdia no presente e no futuro:
-- A pratica da humildade - primeira condição
-- Reino dos Céus ou Reino de Deus: vivencia da Lei de Amor;
-- Prática da não violência, da mansuetude.



Aspectos Doutrinários e Relevantes


     “Lembra-te de que os Bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra; que se afastam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus. São um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer perceptível a luz.”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, Prolegômenos)

     “Deus abençoa sempre os que fazem o bem. O melhor meio de honrá-Lo consiste em minorar os sofrimentos dos pobres e dos aflitos. Não quero dizer com isto que Ele desaprove as cerimônias que praticais para lhe dirigirdes as vossas preces. Muito dinheiro, porém, aí se gasta que poderia ser empregado mais utilmente do que o é. Deus ama a simplicidade em tudo. O homem que se atém às exterioridades e não ao coração é um Espírito de vistas acanhadas. Dizei, em consciência, se Deus deve atender mais à forma do que ao fundo.”

(Allan Kardec - O Livro dos Espíritos, questão 673)

     "(...) Rainha entre os homens, como rainha julguei que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens que eu julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue nobre! Oh! como então compreendi a esterilidade das honras e grandezas que com tanta avidez se requestam na Terra!
     Para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática, a benevolência para com todos. Não se vos pergunta o que fostes, nem que posição ocupastes, mas que bem fizestes, quantas lágrimas enxugastes."- Uma Rainha de França. (Havre, 1863.)

(Allan Kardec - O Evangelho Segundo O Espiritismo, FEB, Cap. II, item 8, Uma realeza terrestre)


     "O homem simples, humilde em sentimentos, rico em qualidades morais, embora seja inferior em faculdades, apossar-se-á mais depressa da verdade do que o soberbo ou presunçoso da ciência terrestre que se revolta contra a lei que o rebaixa e derrui o seu prestigio. 
     O ensino dos Espíritos patenteia-nos a triste situação dos orgulhosos na vida de além-túmulo. Os humildes e pequenos deste mundo acham-se aí exaltados; os soberbos e os vaidosos aí são apoucados e humilhados. É que uns levaram consigo o que constitui a verdadeira supremacia: as virtudes, as qualidades adquiridas pelo sofrimento; ao passo que outros tiveram de largar, no momento da morte, todos os seus títulos, todos os bens de fortuna e seu vão saber, tudo o que neste mundo lhes formava a glória; e sua felicidade esvaiu-se como fumo. Chegam ao espaço pobres, esbulhados; e este súbito desnudamento, contrastando com o passado esplendor, desconsola-os e sobremodo os mortifica. Avistam, então, na luz, esses a quem haviam desprezado e pisoteado aqui na Terra. O mesmo terá de suceder nas reencarnações futuras. O orgulho e a voraz ambição não se podem abater e suprimir senão por meio de existências atribuladas, de trabalho e de renúncia, no decorrer das quais a alma orgulhosa reflete, reconhece a sua fraqueza e, pouco a pouco, vai-se permeando a melhores sentimentos.

(Léon Denis - Depois da Morte, FEB,  Quinta Parte, Cap. XLV, pgs 263 e 264)


     "Os Anjos ou Ministros da Eterna Sabedoria entregam-nos, com segurança, às forjas renovadoras do tempo e da provação. Sabe-se, atualmente, na Terra, que um grama de rádio perde a metade do seu peso em dezesseis séculos e que um ciclotron, trabalhando com projetis atômicos acelerados a milhões de electrons-volt, realiza a transmutação dos elementos químicos, de imediato. A evolução vagarosa
nos milênios ou o choque brusco do sofrimento alteram-nos o panorama mental, aprimorando-lhes os valores."
  (FCX/Andre Luiz - Nos Domínios da Mediunidade, FEB, Cap. 2, pg. 10)

     "(...) Assim como a Ciência na Terra consegue catalogar os elementos químicos que entram nas formações de matéria densa, em nosso campo de matéria rarefeita é possível analisar o tipo de forças sutis que dimanam de cada ser. Mais tarde, o homem poderá examinar uma emissão de otimismo ou de confiança, de tristeza ou desesperação e fixar-lhes a densidade e os limites, como já pode separar e estudar as radiações do átomo de urânio. Os princípios mentais são mensuráveis e merecerão no porvir excepcionais atenções, entre os homens, qual acontece na atualidade com os fotônios, estudados pelos cientistas que se empenham em decifrar a constituição específica da luz."

(FCX/Andre Luiz - Nos Domínios da Mediunidade, FEB, Cap. 3, pg. 15)

     (...)
     A vida aí é coisa fácil de levar, desde que cada homem, ao viver nela, procure pôr em todos os seus atos o cunho da simplicidade. Em tudo a simplicidade: — no pensar, no comer, no vestir, no amor e no proceder. Na simplicidade está a pureza.
     O claro entendimento é a simplicidade no juízo; a frugalidade é a simplicidade no comer; a modéstia é a simplicidade no trajar; a pureza e a moderação são a simplicidade no amor; a verdade, a honradez e a franqueza são a simplicidade no proceder.
     Só na simplicidade está a grandeza de tudo. As coisas não são verdadeiramente grandes, senão quando, pela sua simplicidade, dão a rápida impressão de que todos as podem fazer, dando assim subitamente a noção máxima da sua mais fácil compreensão .
     A simplicidade é a lei natural de tudo. O que sair fora dessa lei exige esforço e dispêndio de energia.      Que se empregue esse esforço e se despenda essa energia somente na medida necessária para se atingir o fim necessário, na sua correspondência à maior simplicidade. Tudo que for além é o desbarato, o supérfluo e, portanto, a perda de forças.
     Na simplicidade está o justo equilíbrio de tudo. Desconfiar sempre do que não seja simples. O artifício e o exagero servem só para encobrir faltas ou defeitos.
     E como assim é, o homem deve encaminhar todo o seu querer a atingir a perfeição pela simplicidade.
     Nos seus atos para com Deus, deve ser simples. Pense sempre que não há artifício que lhos esconda ou transforme.
     Nos seus atos para com os outros homens, deve ser simples. Pense sempre que não há artifício que os esconda à sua consciência. Quando esta lhos rejeitar o menos que poderá suceder é tê-los praticado inutilmente e em pura perda; daí em diante podem chegar até a constituir doloroso fardo para toda a vida.
     Nos seus atos para consigo próprio, deve ser simples. Pense sempre que a sua razão equilibrada lhe desaprovará todos aqueles que forem supérfluos ou exagerados e que o seu organismo ou a sua vida individual se hão-de ressentir de tudo que constitui sobrecarga à sua exigência normal.
     No hábito, como no pensar; no alimento, como no afeto; no gozo, como na ambição; no lar, como no templo; na família, como na sociedade; nas funções de cidadão, como nas de homem, ponha em tudo a simplicidade.
     A simplicidade assim será a parcimônia, será o necessário, será o cumprimento do dever.
     Quem for simples será generoso, será bom, será digno. Servirá bem a si, ao próximo e a Deus.

(Fernando de Lacerda/Leão Tolstoi - Do Pais da Luz, FEB, Lição XXXI, pgs. 166 e 167)



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